quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Hemobrás terá área perto de Suape

Porto substituirá terminal de Santos no circuito nacional de medicamentos.


A Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) está buscando um armazém nas proximidades do Complexo Portuário de Suape. O espaço será necessário ainda este ano, quando deve ser inaugurada a câmara fria da empresa, em Goiana, onde será armazenado todo o plasma coletado no Brasil. A logística funcionará da seguinte forma: o plasma sairá de Goiana para o Porto de Suape, de onde partirá para o Laboratório Francês de Biotecnologia (LFB), em Lille, na França. Lá, os hemoderivados serão produzidos, retornarão para Suape e seguirão para o armazém, onde ficarão temporariamente, até liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).


Com a nova logística, o Porto de Santos sairá do circuito brasileiro da Hemobrás e todo o processo será centralizado em Suape. Atualmente, é no terminal paulista que chegam os contêineres de hemoderivados vindos da França e de onde parte o plasma que sai para o LFB. No laboratório, o plasma é transformado em hemoderivados e volta para Santos. “Para o processo ser possível, vamos alugar um armazém para que o produto que chegar nos navios fique armazenado adequadamente, até liberação da Anvisa. O espaço terá capacidade para estocar cinco mil metros cúbicos de medicamentos na temperatura de quatro graus”, informou o presidente da Hemobrás, Romulo Maciel Filho. O armazém ficará no trajeto entre Goiana e Suape, nas proximidades do Complexo Industrial.


Os seis medicamentos fabricados (albumina, imunoglobulina, fatores de coagulação VIII e IX, complexo protombínico e fator de von Willebrand) voltam nos navios. Em casos emergenciais, os produtos voltam de avião. Ao chegarem ao Brasil, são distribuídos para cerca de 16 mil portadores de hemofilia por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Na próxima remessa de hemoderivados que chegará ao Brasil, em setembro/outubro, os produtos virão sem rótulo. “É a primeira vez que vamos rotular por aqui. Será made in France, mas terá nossa marca, por serem produzidos com sangue-plasma coletado e enviado do Brasil”, disse Maciel Filho.


Em julho do ano passado, quando foi publicada a portaria 1.854 de 13 de julho de 2010, a Hemobrás passou a gerenciar o plasma coletado no Brasil. Na época, o volume enviado pelo Brasil para a França era de 90 mil litros de plasma. Hoje, são enviados cerca de 110 mil litros. Em doze meses, a expectativa é enviar 150 mil litros. Em 2013, 200 mil, e seguir, anualmente, aumentando o volume em cerca de 100 mil litros. A expectativa da Hemobrás é reduzir o número de envios de plasma, que hoje é de três a quatro vezes ao ano, quando chegar a enviar cerca de 500 mil litros desta matéria prima, em 2016. Estes 500 mil litros são a capacidade total de armazenamento da câmara fria do parque fabril da Hemobrás.

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Fonte: http://www.folhape.com.br/index.php/caderno-economia/659189?task=view 

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