segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Empregabilidade em Suape: Por que as mulheres se destacam?

Por *Adriana Amâncio 

Que o Complexo Industrial de Suape é a grande esperança de desenvolvimento para Pernambuco, ninguém tem dúvidas. Aquecimento do mercado da construção civil, instalação de grandes empresas nacionais e internacionais, e geração de emprego e renda estão entre as melhorias esperadas para o nosso estado com a chegada do grande empreendimento. O que muita gente não sabe é que a mão-de-obra feminina tem tido destaque especial nesse ramo industrial.

O desemprego em Pernambuco está caindo. É o que diz um levantamento realizado no mês de agosto de 2010, pela Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco - CONDEPE/FIDEM, em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio Econômicos - DIEESE. A taxa de desemprego total caiu de 17,2% para 15,9%. A queda é a maior já registrada desde 1998. O Complexo Industrial Portuário de Suape formado pelo Estaleiro Atlântico Sul, pela Montadora da Fiat, Refinaria Abreu e Lima e Petroquímica Suape é um dos grandes responsáveis pela sensível mudança no quadro de desemprego em Pernambuco.


Se as obras em Suape se confirmarem serão geradas 100 mil novas vagas de trabalho nos próximos dois anos. Somente a refinaria de Abreu e Lima, a primeira construção brasileira deste tipo, do século 21, vai gerar 1,5 mi empregos até 2012. O processo de construção do Complexo Industrial já impacta o cenário pernambucano, com a contratação de 20 mil novos trabalhadores desde 2007. Nesse universo, a força de trabalho feminina vem sendo cada vez mais requisitada.
Sob o argumento de serem mais cuidadosas e perfeccionistas, as mulheres têm tido contratação garantida nas obras do Estaleiro Atlântico Sul, em Suape. Atualmente, são 360 mulheres o que representa 16% da força de trabalho, de um total de 2.200 operários que atuam no empreendimento. O número de inscritas no processo de seleção também chama a atenção. Elas representam 40% dos candidatos às vagas ofertadas pelo Estaleiro. Certas de que o mercado cada vez mais reconhece suas qualidades, as mulheres vêm investindo em qualificação nesta área. Vantagem na certa, já que a falta de qualificação técnica têm sido um entrave para os pernambucanos em relação as oportunidades de trabalho em Suape.

O cenário evidencia a capacidade das mulheres em exercer funções majoritariamente ocupadas por homens. Os dados comprovam que na hora de contratar a mão – de – obra feminina os requisitos devem ser os mesmos para qualquer candidato: o currículo e a experiência, e nunca o machismo ou qualquer outro tipo de preconceito. As mulheres vêm se destacando em Suape, por que o mercado de trabalho certamente está avaliando as diferenças entre os perfis e a qualificação profissional dos candidatos e não as desigualdades entre homens e mulheres.

* integrante da Ascom Diaconia e Bacharelanda em Comunicação Social - Jornalismo pela Faculdade Joaquim Nabuco - Recife (PE).

Fonte: http://diaconia.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=1426&Itemid=203

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